domingo, 11 de março de 2012

Terramoto


   O Japão tem apresentado inúmeros sismos e maremotos, isto pode ser explicado pela sua situação geográfica. Este país encontra-se situado junto da plataforma continental euro-asiática e das placas do Pacífico e das Filipinas, estando sujeito a consecutivos movimentos tectónicos. Existe, então uma zona de subdução provocada pelas forças conservativas que provoca estes comuns sismos. Ou seja, o Japão teve origem em movimentos convergentes/destrutivo, onde duas placas moveram-se na mesma direção, formando uma cadeia montanhosa.


   Hoje faz um ano que o Japão sobreviveu ao enorme terramoto de Sendai (Grande Terremoto do Leste do Japão) de 8,9 graus de magnitude na escala de Richter , seguido ao devastador tsunami. Este terramoto foi considerado um dos piores de sempre, ocupando a 7º posição dos mais intensos. Esta catástrofe provocou grandes danos, causou incêndios,  milhares de mortes e ainda causou o desastre nuclear em Fukushima, no qual aproximadamente 90 mil pessoas tiveram de abandonar os seus lares.   
   Mais de 1500 pessoas morreram em  Rikuzentakata, uma das várias cidades obliteradas pelo tsunami.
   Hoje, o porto piscatório a norte de Sendo – Minamisantiku, não existe. Ondas de aproximadamente 6 metros invadiram a terra e arrasaram a vila piscatória.

    Em 11 de março de 2011, Minamisanriku deixa de estar assinalado no  mapa. Com início às 2h 46 da tarde, parte da crosta terrestre com cerca de 450 quilometros de comprimento deslocou-se, fragmentando-se. A deslocação foi um fenómeno rápido.
   E assim, a cerca de 130 quilometros a leste, no Oceano Pacifico escreveu-se o destino de Minamisanriku.
   O solo tremeu e Minamisanri, era um pedaço de gelatina acabada de desenformar. Tremeu e por segundos manteve-se firme e intacta para depois ser engolida por uma onda gigante, que galopara o paredão.

    Enquanto as pessoas se abrigavam em lugares ainda vagos das montanhas, ou os pontos mais altos, que tiver hipótese de encontrar sem qualquer protecção. Em direcção a eles vinha tudo o que o mar lhe trazia. As casas destruídas em forma de tábuas deslizavam no meio da água cinzenta barrenta que teimaram correr toda a vila.
   O tsunami não varreu apenas este porto piscatório. Ao longo de centenas de quilómetros de costa junto a Tohoku, ficou um vazio, um mar que afundou várias vilas e aldeias.
   Nesse dia, 11 de Março de 2011 morreram apenas na região de Tohoku um número aproximado de 16 mil pessoas e 4 mil desaparecidos.
   O relato de alguns sobreviventes é enriquecedor, no sentido de nos dar uma ideia da grande tragédia que assolou o Japão.
   Jin Sato era presidente da câmara da Vila de Minamisanriku. Também ele sofreu directamente os horrores daquela tragédia. Segundo ele, numa entrevista Nacional Geographic, descreve  o drama daqueles momentos – sobreviveu trepando por uma antena de rádio fixa ao telhado e agarrando-se a elas. Acrescentou «Acho que fiquei debaixo de água uns três ou quatro minutos».
   Viu quem no telhado se refugiava, «agarrando-se aos varões de ferro do seu rebordo».
   Do seu testemunho, Jin Sato continuou um relato assustador, «as ondas não pararam de rebentar toda a noite e, durante as primeiras horas, inundaram várias vezes o edifício de três andares».

   Das quase 30 pessoas que no inicio da tragédia estavam abrigadas no telhado de manhã, só dez se mantinham no telhado.
   O tsumami determinou a morte de 16 a 20 mil pessoas, número próximo do que ocorreu naquela região, no final do Século XIX – 1896,  quando em  Tohoku se registou um maremoto seguido de um tsunami.
Referências:
Folger, T(2012)"Jin Sato é presidente dacâmara de uma vila que já não existe"in Nacional Geographic-Portugal, Fevereiro, vol11, nº113

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